2014-09-05

O Mundo à Nossa Volta na Newsletter da Fundação Gulbenkian - Setembro de 2014

O Mundo à Nossa Volta, projecto da associação Os Filhos de Lumière, em destaque na Newsletter de Setembro de 2014 da Fundação Calouste Gulbenkian: 
O programa PARTIS – Práticas Artísticas para a Inclusão Social, da responsabilidade do Programa Gulbenkian Desenvolvimento Humano, tem apostado na arte como ferramenta contra a exclusão social. (...) A Associação Cultural Os Filhos de Lumière está à frente de um dos 17 projetos do PARTIS. Denominada “O Mundo à Nossa Volta”, esta ideia leva o cinema a bairros socialmente desfavorecidos e põe os jovens e as crianças a olhar de outra forma para o mundo que os rodeia.

O plano começa ali de lado e depois ela anda até ao centro”, diz Rúben, o realizador. “Não, porque é que não começa do outro lado, não é melhor?”, contrapõe o seu assistente. Tudo neste diálogo seria absolutamente normal no plateau de uma rodagem. No entanto, neste caso, é difícil não olhar para os intervenientes sem esboçar um sorriso ao ver todo este profissionalismo, já que Rúben e o seu assistente não têm mais do que seis, sete anos e mal conseguem chegar com os olhos ao visor da câmara.
O plano está a ser filmado num pequeno relvado por entre os prédios do Vale da Amoreira, na Moita, a poucos metros da escola onde todos os participantes do filme têm aulas  diariamente. São alunos do 1.º ano. (...)
O Mundo à Nossa Volta, que pretende alargar os horizontes destas e de outras crianças que vivem em bairros problemáticos e com carências sociais, tudo em colaboração com a escola e tentando incentivar as famílias e a comunidade a participar mais na educação dos seus mais novos. Para isso, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, através do PARTIS, os Filhos de Lumière, associação cultural vocacionada para a sensibilização para o cinema enquanto forma de expressão artística, tem estado a desenvolver atividades com estes jovens que culminam na realização de um filme que junta várias pequenas histórias que eles próprios criaram. O entusiasmo enquanto filmam é notório, e a vontade de construírem algo que vem de si próprios parece enchê-los de orgulho e dar-lhes vontade de querer fazer mais. (...)
Bruno Bento, o professor desta turma, foi à procura de um projeto que permitisse trabalhar com os seus alunos de uma forma que não se cingisse exclusivamente à sala de aulas e encontrou no cinema, nos Filhos de Lumière e no PARTIS a solução ideal. A ideia era diversificar experiências e ligar a escola às vivências de rua dos seus alunos, tudo tendo sempre em conta a parte curricular.(...)

foto©Márcia Lessa